segunda-feira, 25 de maio de 2009

Mil partes

Apenas um grito calou minha alma, trancou meus ouvidos, sou agora o surdo que ouve as vozes de um interior antes desconhecido.
Sou um cego que vagueia as sombras da imensidão sem por os pés no chão, Flutuo sim!!!!!
De quem será a culpa de minhas derrotas?
De quem será a culpa de minha solidão?
De quem será a falha de meu viver?

Tenho pregos cravados em meus punhos, em meus pés e mesmo assim me forço a andar, mesmo assim me desprendo de mim mesmo despindo minhas derrotas, mas algumas foram marcadas a ferro quente em meu coração.

Sou assim, eterno em mim mesmo.
Sou assim, frágil como o despertar do primeiro respiro.
Sou assim, impiedoso de meus sentimentos, agonizando minhas idas e vindas ao mundo que nunca chego.

Vou me despir da pele, me despir das viceras, me despir da alma.
Vou me deixar no caminho e que se percam todas as minhas partes para que nunca mais eu me ache dentro destas roupas velhas.

Me quero novo e de novo e novamente me quero, o novo.
Me definir num muro de rua onde todos que passarem olhem o que fui, o que sou e quem sabe um dia serei.


JSN

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